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Evolução

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Quando entrei em contato com a meditação, tive muita dificuldade de entender o que eu deveria fazer, o que esperar e como saber se eu estava progredindo na prática ou não.
Algo que aprendi com o tempo e acho muito importante de esclarecer é que treinar meditação não é igual, por exemplo, treinar piano.

E por que isso?
Para você ficar bom em tocar piano, primeiro você precisa conhecer o piano, aprender as notas, as escalas, os acordes e, depois treinar, treinar e treinar. Gradualmente, você vai aprendendo técnicas mais complexas e, assim, após um tempo, pode se considerar que você aprendeu a tocar piano.

Porém, o treino de meditação não tem o intuito de aprender nada. 
Na verdade, você treina para desaprender.
Você treina para desaprender a associar automaticamente os estímulos que o seu corpo recebe aos conceitos que você desenvolveu durante a sua vida.

E, aos poucos, vai percebendo esses símbolos, histórias e arquétipos que tornam nebulosa a experiência direta.
E percebendo cada vez mais.
Para ver o que sobra, além de todos esses símbolos. 
Assim,
você se conecta mais e mais com a consciência e, portanto, a experiência do momento.

Continuando a comparação com aprender piano, você não pode, de repente, acordar e tocar piano que nem Mozart, pois você tem que aprender e treinar esse instrumento, não importa quanto talento você tiver.

No entanto, com a meditação, é possível. Você pode ter um momento em que você é o Beethoven da meditação, em que consegue tirar todos os conceitos da mente e sentir aquela experiência pura. E pode também, imediatamente depois, se perder totalmente em algum pensamento.

O interessante é que, cada vez que a mente se conecta com essa experiência sem símbolos, mesmo que por um segundo, ela começa a entender que é naquele estado que ela devia estar. É ali seu estado original, onde não há conceitos, esforços ou julgamentos. Neste estado primordial só há acolhimento de tudo o que aparece na consciência.

Dessa forma, toda vez que você observa a sua própria mente, é uma vitória para abrir esse caminho. Um dia, a passagem até esse estado original se formará e você terá acesso a ele de forma permanente. E esse momento pode ser no dia de hoje, pode ser daqui há alguns anos, não é possível saber de antemão.

Enfim, o importante é continuar se esforçando para desobstruir esta trilha. Para isso, conforme desenvolve suas habilidades com esse curso, não duvide do que experienciou e nem da sua intuição. Além disso, discuta e racionalize sobre essas experiências sempre que possível. Esse caminho também se abre intelectualmente, refletindo sobre as sessões práticas de forma teórica. 

Pedras, Capa_edited.jpg
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